Quando entro no Belize vou satisfeita da vida com o som que
se ouve no autocarro local. Grande música, muita energia, as pessoas sorriem,
cumprimentam-se e vejo-me livre do ar-condicionado nos autocarros, algo que me
deixa sempre doente.
Apanhamos o autocarro em Chetumal, no México, para Orange
Walk, no Belize. Os procedimentos fronteiriços são básicos: sair do autocarro
na fronteira mexicana, carimbar o passaporte e pagar 259 pesos/pessoa de taxa
de saída; voltar ao autocarro; parar na fronteira do Belize, levar a mochila,
carimbar o passaporte e... Welcome to Belize!
Na fronteira do Belize descubro que este país faz parte da
Commonwealth, apesar do inglês aqui ser incompreensível pois resulta de uma
mistura com o crioulo. O nosso destino é Orange Walk e demoramos menos de 3 horas
a chegar. Confesso que por aquilo que vi no autocarro esperava algo mais
característico. A população é principalmente maia, mestiça e chinesa, embora
estes últimos do Taiwan.
Foi no hotel Akkihito, gerido por chineses, que nós matamos
saudades de um quartinho espartano ao estilo chinês, com preços diminutos e
tudo o que é preciso. Não há turistas por aqui, talvez porque o furacão Ernesto
passou por cá há 3 dias, e nós somos os únicos gringos in town. O dono da
companhia onde tratamos do tour para Lamanai, para o dia seguinte, queixa-se da
falta de turistas. Talvez o tempo não ajude.
O dia seguinte agraciou-nos com chuvas tardias da depressão
associada ao furacão mas o Belize iria reservar-nos algumas das melhores
recordações desta viagem pela Mesamérica.