"Go slow" é o lema por aqui. "Relax, you will
get there", é o que define os horários de autocarro neste país e o que me
leva de Belize City para Dandriga não é excepção. Mal entramos no decrépito e
arrepiante terminal de autocarros, arranjo um que me leva ao meu destino.
O autocarro escolar americano ainda exibe as regras de bom
comportamento e a primeira é "Behave yourself as in classroom". Não
gosto nada de quebrar as regras por isso tratei de me sentar direitinha ao lado
de uma jovem garifuna com a sua filha ao colo.
Dandriga é a principal cidade da comunidade Garifuna do
Belize e é puro Caribe, desde o cheiro do ar, passando pelo clima e terminando
no estilo descontraído das pessoas. Ficamos alojados num pequeno hotel gerido
por uma família garifuna e usamos Dandriga como base para explorar o Santuário
de Vida Selvagem de Cockscomb.
A população está habituada a ver turistas que passam por
aqui a caminho dos Cayes Centrais e do Sul (ilhas), mas pouco habituados a
verem turistas que aqui permanecem algum tempo. Não há restaurantes, cafés ou
lojas de "recuerdos". Dandriga é uma cidade pequena mas a 2ª maior do
Belize. Estranhamente, a mim, parece-me uma aldeia. As pessoas cumprimentam-me
na rua. O ritmo continua "slow" e eu entrei no ritmo. Também decidi
ir "slow" em Dandriga. Ao fim de dois dias embarquei do porto de
pescadores para Tobacco Caye, um dos lugares desta viagem onde verdadeiramente
me apeteceu "stay longer, much longer".