Existem muitas maneiras de
analisar cronologicamente a era pré-hispânica na mesoamérica, mas é comum
fazer-se a divisão em três grandes períodos: o pré-Clássico, antes de 250 d.C.;
o Clássico, 250 - 900 d.C. e o pós-Clássico, 900 - 1521 d.C. Uma das muitas
civilizações clássicas que povoaram a mesoamérica foram os Zapotecas. Monte
Albán situa-se num monte acima do vale de Oaxaca e foi a sua capital. Apesar de
ter tido uma ocupação que remonta a cerca de 500 a.C., com influência Olmeca,
os anos do auge do seu poder foram entre 400 e 700 d.C., claramente sob a
influência da civilização de Teotihuacán. Talvez por isso, o fim da grande
civilização repercutiu-se aqui, sendo que a cidade foi abandonada cerca de 100
anos depois da queda de Teotihuacán. O desaparecimento destas civilizações
abriu espaço para a formação de uma série de cidades-estado mais pequenas, das
quais são exemplos Xochicalco e Tula.

Apanhando, no centro da cidade,
uma van partilhada com outros turistas, subimos o monte adjacente e em pouco tempo
estávamos no topo. Tínhamos 3 horas para explorar o local... Não havia tempo a
perder!
O local onde se encontram as
ruínas da capital Zapoteca impressiona, em primeiro lugar, pela sua
localização. Num feito de engenharia da época, o cume do monte foi nivelado de
modo a possibilitar a construção de um local cerimonial. Pensa-se que as zonas
residenciais estivessem espalhadas pelo vale. Das ruínas, tem-se assim vistas
magníficas em 360 graus sobre a cidade de Oaxaca e os vales circundantes.
A época das chuvas tem uma
consequência agradável: durante todo o ano um local árido e seco, nesta altura
as construções encontram-se rodeadas de um verde vivo, o que realça a sua
beleza. Não é de estranhar que uma das figuras mais importantes no panteão Zapoteca seja o Deus da chuva, Cocijo, e uma das mais presentes nas
representações em cerâmica que se podem admirar no museu junto a entrada das
ruínas.
Quase todos os edifícios se
dispõem em redor da Gran Plaza, orientada num eixo norte-sul. No centro da praça,
encontram-se alguns edifícios, uns que se pensam que teriam sido templos, e
outro um observatório astronómico. Este último é interessante, pois está cheio
de túneis e entradas de luz, mas não é permitida a entrada aos turistas pois
está em recuperação pelos arqueólogos! Numa das suas paredes exteriores, é
possível contemplar cenas representadas e glifos, que poderão corresponder a
povos conquistados pelos Zapotecas.
No lado este da praça, pode
admirar-se um campo do jogo (cerimonial) da bola, sendo que, ao contrário do
que parece a primeira vista, as "bancadas" laterais não serviam para
a assistência do jogo, mas faziam parte dele.
No lado oeste, existem várias
pirâmides, sendo de realçar um edifício que contém esculturas de pessoas em
posições de aparente sofrimento, e que se pensa que representam prisioneiros de
guerra.
Ao sul, ergue-se uma plataforma
onde está construída uma pirâmide e de onde se pode ter vistas fabulosas do
conjunto.
A norte, situa-se a maior
estrutura de Monte Albán, em que uma escadaria conduz a uma plataforma onde se
podem ver algumas colunas que teriam suportado um telhado. Por trás, um pátio
afundado tem um altar no centro e, a seguir, quatro pirâmides dispostas segundo os
pontos cardeais constituem um conjunto imponente. As vistas das ruínas são
ainda mais espectaculares do que da plataforma sul, devido a maior altura das construções.
Monte Albán é assim uma visita
obrigatória, não só pela sua bela localização,
mas também pela sua importância cultural, quanto mais não seja pelo
mostrar que a história pré-hispânica não se resume aos maias, Astecas e
Teotihuacan. Pois dos "pequenos" também reza a história...