Ontem estive mal disposta. O meu
estômago parece que não gostou de algo que comi. Não sei bem o quê porque não
tenho comido grande coisa. Talvez seja do calor. No entanto, apesar de me ter
deitado no dia anterior às 21 h, com febre e cheia de dores de estômago decidi
que o que me tinha trazido a este país era demasiado importante para que não o
fosse visitar. Assim, levantei-me bem cedo, apanhei um táxi para o terminal de
autocarro (o que por si só já foi um luxo devido a estar doente) e rumei a
Tula. Depois de uma hora e meia de viagem e alguma indisposição lá cheguei às
afamadas ruínas Toltecas.

As ruínas de Tula, a 70 km da
Cidade do México, são o melhor legado da civilização Tolteca no México. Outrora
a maior cidade do México, no séc. IX e X chegou a ocupar uma área de 12 km2 e a
albergar uma população de 30 000 habitantes. De acordo com os estudos
realizados até ao momento, a cidade parece ter sido fundada por Ce Ácatl
Topiltzin Quetzalcóatl, um soberano tolteca que criou uma cidade sobre uma
colina, ao contrário do que era habitual na área. A sua posição geográfica faz
crer que a defesa desta cidade era um aspecto muito importante no seu
quotidiano.

As ruínas de Tula exibem
pirâmides de terraços, colunas, esculturas com baixos-relevos e campos de bola.
Foram encontrados aqui vários Chac Mools, estátuas de pedra pré-colombianas mesoamericana,
que representa uma figura humana numa posição reclinada com a cabeça erguida e
voltada para um dos lados. A figura segura uma bandeja sobre a barriga. O
significado da posição ou da própria estátua permanece desconhecido. Apesar
destas estátuas serem atribuídas à civilização Tolteca, elas têm sido
encontradas também noutros sítios arqueológicos maias, nomeadamente em Chichen
Itza.

Tula terá sido saqueada pelos
Aztecas e perdeu-se muitas das suas manifestações artísticas, tais como
esculturas e outras obras de arte. A divisão religiosa que existia entre os
seguidores do deus Quetzalcóatl e os do deus Tezcatlipoca, levou a que os
Chichimecas tenham expulsado os Toltecas do centro do México e estes se tenham
refugiado na região de Iucatão, criando condições para o aparecimento posterior
da civilização Maia.
Apesar de restar muito pouco
desta cidade a visita é obrigatória. É um lugar único no mundo e mesmo para
quem está doente e com pouca vontade de apreciar e desfrutar, é uma experiência
extraordinária sentamo-nos no topo das pirâmides lado a lado com os guerreiros
Atlantes gigantescos.