Depois de uma noite passada no autocarro, vindos de Shiraz, o cansaço fazia-se já sentir quando chegámos a Teerão, por volta das seis da manhã. A noite era ainda cerrada e resolvemos ir para a sala de espera do terminal de autocarros até que o sol nascesse.
Saímos por volta das oito da manhã e apanhámos um táxi até à estação de metro. De lá seguimos para o centro da cidade e resolvemos procurar por um sítio onde pudéssemos deixar as mochilas grandes durante o dia. Depois de algumas tentativas falhadas, o recepcionista do hotel Mashad acedeu ao nosso pedido, em troca de uma pequena quantia.
Depois de termos comprado pão, e tomado o pequeno almoço na rua, seguimos a pé para visitarmos a Madrassa va Masjed-e Sepahsalar mas só depois de lá chegarmos, e sermos escorraçados por um porteiro mal encarado, é que reparamos no guia que só está aberta à 6ª feira (e só para homens). De lá, fomos para o bazar, onde andamos mais ou menos perdidos no labirinto de ruas e vielas que constituem este "centro comercial". O contraste com o bazar que tínhamos visto durante o Nowruz era, claro, evidente. O movimento de pessoas é constante, assim como a vontade da Carla em tirar fotos!
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Bazar de Teerão no Nowruz |
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Bazar de Teerão habitualmente. |
Estava já na hora de almoço, por isso resolvemos voltar ao agradável parque Shahr, onde comemos o que trazíamos na mochila e onde aproveitámos para descansar um pouco à sombra das árvores. Se não fosse um guarda vir dizer-nos que não era permitido deitar-se na relva, tínhamos dormido a sesta mesmo ali!
Resolvemos ir visitar a torre Azadi, uma das imagens icónicas de Teerão. Para chegar lá, apanhámos o metro e depois uma pequena viagem de táxi, no final da qual o taxista fez questão de não receber dinheiro pela viagem. Claro que nós sabíamos que é um costume do país chamado
Ta'arof (embora agora pouco comum entre taxistas...) por isso tive de insistir até que ele aceitasse! O monumento, erigido para comemorar os 2500 anos da civilização persa, é realmente impressionante, com uma bela arquitectura, combinando a modernidade com elementos clássicos. Queríamos subir, para ter uma visão panorâmica da cidade, mas à entrada tivemos uma pequena surpresa. No guia, o preço por pessoa era de 6 000IR, mas quando o porteiro nos disse o preço até tive de pedir para ele repetir: 120 000IR, equivalente a aproximadamente 6 euros, e correspondendo a um aumento de 1000%! A inflação no Irão anda assim... Principalmente para os turistas (mas não só...). Como estávamos em contenção orçamental, resolvemos ver só por fora.
Regressamos da mesma forma, e fomos de metro até à praça Ferdosi, descendo a rua Ferdosi em busca de um "coffee-net", onde poderíamos relaxar um pouco e, quem sabe, actualizar o "Viajar entre Viagens". Encontrámos um estabelecimento, mas, como já esperávamos, nada de blogs ou facebook. Sendo assim, demoramos lá pouco tempo e regressamos ao bazar, pois a Carla ainda não estava completamente satisfeita e ainda tinha algumas compras por fazer.
Como o aeroporto fica bastante longe da cidade, e o trânsito por aqui é famoso pela sua intensidade, resolvemos que iríamos buscar as mochilas ao fim da tarde e apanharíamos um táxi para o aeroporto na zona da praça Imam. Mais vale prevenir do que remediar... O senhor do hotel Mashad foi super simpático e até nos ajudou a arranjar um táxi e regateou o preço por nós! Conseguimos assim um desconto que não estávamos à espera, e confirmamos mais uma vez que o principal "highlight" deste país é mesmo a hospitalidade dos seus habitantes!
Após cerca de uma hora de viagem, chegámos ao aeroporto internacional Imam Khomeini. Estava na hora de regressar a casa...