Hué é um dos centros culturais e
históricos mais importantes do Vietname e é conhecida pela sua tradição no
domínio do pensamento intelectual e da devoção budista. A norte do rio do Perfume,
encontra-se a cidadela, enquanto a sul existem muitos pagodes e túmulos reais.
Classificada como Património
Mundial em 1993, a Cidadela foi mandada construir pelo imperador Gia Long em
1805. A fortaleza incluía três recintos: as cidades imperial, civil e púrpura
proibida. As guerras do século XX deixaram a sua marca na cidade e este
complexo sofreu bastante. No entanto, obras de conservação e recuperação
recentes (que ainda hoje continuam) permitem aos turistas (vietnamitas,
asiáticos ou ocidentais) que o visitam ficarem com uma ideia do que este teria
sido no seu auge.
Construído claramente tendo como
modelo a cidade proibida de Pequim (tendo em conta as devidas diferenças), o
complexo incluía templos, palácios, bibliotecas, teatros e zonas residenciais,
rodeados por muralhas e um enorme fosso.
O dia em que visitámos a cidadela
coincidiu com a comemoração da declaração da independência (a 2 de Setembro de
1945) por Ho Chi Minh. No caminho para a porta principal, era já claro qual o
local que os locais tinham escolhido para visitar no feriado. Furando pelo meio
de motas estacionadas, lá chegamos à porta de Ngo Mon, encimada pela torre da
vigia onde o imperador se sentava em cerimónias de estado.


Passando um pátio, entramos no
palácio de Thai Hoa, o palácio do trono, com 80 colunas de madeira lacadas a
vermelho. Mais à frente, o teatro real ainda hoje acolhe espectáculos de música
e dança mas a vizinha biblioteca real está rodeada por andaimes, visto estar em
recuperação. Estes edifícios estão localizados numa área que era a chamada
cidade púrpura proibida, onde nenhum homem podia entrar (sob pena de morte),
além do imperador. Apenas a rainha, as concubinas (de nove graus diferentes!),
as criadas do sexo feminino e os eunucos da corte podiam entrar! Se o imperador
visse agora as multidões de turistas…
Voltando para trás, dirigimo-nos
ao outro extremo do complexo sob um calor esmagador. Cada bebida e cada gelado
que comprávamos nos numerosos comerciantes dentro do complexo, implicava uma
negociação cerrada, de modo a não sermos levados a pagar um preço “especial”
para turista!
Esta parte da cidade é dominada
por três templos. O primeiro que visitámos foi o de Hung Mieu, dedicado à
veneração dos pais de Gia Long. Em frente, o templo de The Mieu honra os
imperadores Nguyen, encontrando-se no pátio nove enormes urnas funerárias.
Por fim, o pavilhão de Hien Lam,
com três pisos, foi construído em honra daqueles que contribuíram para a
excelência da dinastia Nguyen e, em sinal de respeito, ficou declarado que
nenhum outro edifício da cidadela podia ser mais alto. E, ainda hoje, tal como
toda a cidadela, continuam a ser estes edifícios que atraem visitantes à
cidade e que projectam o nome dos imperadores vietnamitas pelo mundo. Foi para
isso que foram construídos e continuam assim a servir o seu maior propósito.