É em Singapura que descubro a
diferença entre o turista e o mochileiro. O primeiro janta nos luxuosos
restaurantes de Boat Quay, o segundo come comida de rua que leva consigo para
as margens do rio e janta vislumbrando as luzes vermelhas de Boat Quay. Aos segundos
ficam reservadas as melhores vistas da cidade.
Quando chego a Singapura
sinto-me absorvida pela magestosidade dos edifícios. Embora Hong Kong (as
comparações são inevitáveis) seja mais imponente do ponto de vista global, com
edifícios mais elevados onde a sensação de megalópole é mais presente, a
verdade é que Singapura, do ponto de vista da arquitectura individual, bate
Hong Kong aos pontos.
Aparentemente o CBD de Singapura é mais pequeno, no
entanto, a noção do tamanho real da cidade só se tem do cimo da Singapura
Flyer, a maior roda gigante do mundo que permite vistas fabulosas sobre a
cidade e o estreito de Malaca.
O porto de Singapura está repleto de barcos e
também aqui parece rivalizar com Hong Kong. Os prédios e edifícios de
arquitectura ímpar aparecem na cidade como "cogumelos". As últimas
aquisições foram o Casino, obra magnifica da arquitectura mundial e o Museu de
Arte e Ciência, com forma de flor de Lotus.
Esta área da cidade foi recentemente
conquistada ao mar e é a nova atracção de Singapura. O novo e o velho, o
moderno e o antigo, parecem conjugar-se nesta cidade. A parte nova, junto à marina é, sem sombra de dúvidas, o símbolo do capitalismo mundial, com lojas da
Louis Vitton, Prada, Dior, Chanel, etc.
A alguns quilómetros, os prédios altos
dão lugar a casas baixas do bairro árabe com mesquitas, e mais à frente os
templos hindus do bairro da "Pequena Índia". O capitalismo está bem
patente em toda a cidade mas quando deambulo pelos shoppings de Orchard Road
percebo de que é feito um mochileiro: curiosidade.
Não é o dinheiro que me traz
a capital do sistema capitalista, não são as compras que me trazem aqui: o que
me faz percorrer estas ruas foi a curiosidade, foi a vontade de ver à minha
frente o que vi tantas vezes em livros e na televisão. É por isso, que termino
o meu dia a comer pizza nas margens do rio em frente a Boat Quay.