Penetrando na ravina alcanço o fundo. Um grupo de turistas delicia-se. Prossigo para o chamado "Anfiteatro", uma formação muito semelhante. Também é uma ravina gigantesca, no entanto o final abrupto ocorre quando a ravina encontrou uma parede de rocha dura. No interior do anfiteatro a acústica é fabulosa e alguns locais aproveitam para cantar e tocar.

Pablo, o guia que me acompanha hoje, canta numa peña em Salta. Sendo assim, resolveu inovar e cantar um pouco. Dizem que a acústica deste local corresponde a 70% da do Teatro Colón, a grande casa de espectáculos de Buenos Aires.

Continuo a percorrer a quebrada e acompanho esta magnífica explosão de cores e formas. Algumas destas últimas são baptizadas pelos locais com designações bastante criativas, nomeadamente o sapo, o frade, o obelisco, o castelo, etc.

Chego a Cafayate. Considerada uma das cidades mais bonitas da Argentina, foi fundada por missionários franciscanos e é hoje um importante centro vinícola no Vale de Calchaquies. Visito duas "bodegas".

A cidade tem um ambiente bastante calmo e opto por almoçar qualquer coisa sentada na praça principal. Por companhia tenho dois cães e alguns escultores que preparam um festival que começará na próxima semana. Disfruto da beleza deste lugar deitada na relva.

São horas de regressar a Salta. Percorrendo a mesma estrada volto atravessar a quebrada. Desta vez paramos para ver os lamas e um miradouro que permite contemplar o vale em toda a sua plenitude.

Os rodados continuam a chiar na estrada. Vou a caminho de Salta.