«Viestes prender-Me com espadas e
varapaus como se fosse um ladrão! Eu estava todos os dias sentado no Templo a
ensinar, e não Me prendestes. Mas tudo isto aconteceu para que se cumprissem as
Escrituras dos profetas.» Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram. Os
que tinham prendido Jesus conduziram-n’O a casa do sumo sacerdote Caifás, onde
os escribas e os anciãos do povo se tinham reunido. […] O sumo sacerdote
disse-Lhe: «Intimo-Te pelo Deus vivo que nos digas se és o Cristo, o Filho de
Deus.» Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste. E eu digo-vos, vereis um dia o
Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu.»
Então o sumo sacerdote rasgou as vestes, dizendo: «Blasfemou! Que necessidade
temos ainda de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?» Eles
responderam: «É réu de morte.» Cuspiram-Lhe depois no rosto e deram-Lhe socos.
Outros esbofetearam-n’O, dizendo: «Adivinha, ó Cristo, quem foi que Te bateu?»
Entretanto, Pedro estava sentado no pátio. Uma criada aproximou-se dele e
disse-lhe: «Também tu estavas com Jesus, o Galileu.» Mas ele negou diante de
todos, dizendo: «Não sei o que dizes.» Dirigindo-se para a porta, foi visto por
outra criada que disse aos que ali estavam: «Este também estava com Jesus, o
Nazareno.» E de novo negou com juramento: «Não conheço esse homem.» Um momento
depois, aproximaram-se os que ali estavam e disseram a Pedro: «Com certeza tu
és dos Seus, pois a tua maneira de falar denuncia-te.» Começou então a dizer
imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem.» No mesmo instante, o galo
cantou. E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus: «Antes do galo cantar, Me
negarás três vezes.» E saindo para fora, chorou amargamente. Chegada a manhã,
todos os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo reuniram-se em conselho
contra Jesus, para O matarem. E, manietando-O, levaram-n’O ao governador
Pilatos.” Mateus 26, 55-75; 27, 1-2
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Igreja de S. Pedro em Galicanto |
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Igreja de S. Pedro em Galicanto |
“Então Pilatos mandou que
levassem Jesus e O açoitassem. E os soldados, depois de tecerem uma coroa de
espinhos, puseram-Lha na cabeça e envolveram-n’O com um manto de púrpura.
Depois, avançaram para Ele e diziam: «Salvé, ó Rei dos Judeus!» E davam-Lhe
bofetadas. Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: «Aqui vo-Lo trago fora, para
que saibais que não acho n’Ele culpa alguma.» Saiu, pois, Jesus fora levando a
coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: «Eis aqui o homem!»
Assim que O viram, os príncipes dos sacerdotes e os guardas gritaram:
«Crucifica-O! Crucifica-O!»” João 19, 1-6
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Inicio da Via Dolorosa na Igreja da Flagelação |
“Quando O iam conduzindo,
lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no
com a cruz, para a levar atrás de Jesus. Seguiam-n’O uma grande massa de povo e
umas mulheres que se lamentavam e choravam por Ele. Jesus voltou-se para elas e
disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós
mesmas e pelos vossos filhos, pois dias virão em que se dirá: Felizes as
estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.»” Lucas
23, 26-29
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Terceira estação na Via Dolorosa |
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Ao longo da Via Dolorosa |
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Final da Via Dolorosa na Igreja de Santo Sepulcro |
“Quando chegaram a um lugar
chamado Gólgota, isto é, «lugar da caveira», deram-Lhe a beber vinho misturado
com fel; mas, provando-o, não quis beber. Depois de O terem crucificado,
repartiram entre si as Suas vestes, tirando-as à sorte e ficaram ali sentados a
guardá-Lo. […] Desde a hora sexta, até à hora nona, as trevas envolveram toda a
terra. E, cerca da hora nona, Jesus clamou em alta voz: «Meu Deus, meu Deus,
porque Me abandonaste?» […] E, clamando outra vez em alta voz, expirou. Então o
véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas
fenderam-se; […] O centurião, e os que com ele guardavam Jesus, vendo o tremor
de terra e o que estava a acontecer, ficaram apavorados, e disseram: «Este era
verdadeiramente o Filho de Deus!» Estavam ali, a observar de longe, muitas
mulheres, que tinham seguido Jesus desde a Galileia e O serviram. Estre elas
estavam Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de
Zebedeu. Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que
também se tornara discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo
de Jesus. Pilatos ordenou que lho entregassem. José tomou o corpo, envolveu-O
num lençol limpo, e depositou-O num túmulo novo, que tinha mandado talhar na
rocha. Depois, rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se.”
Mateus 27, 33-36, 45-46, 50-51, 54-60
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Local da Cruxificação de Cristo, no interior da Igreja de Santo Sepulcro. |
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Túmulo de Cristo |
"Depois disto, Jesus
manifestou-Se outra vez aos discípulos junto ao mar de Tiberíade e
manifestou-Se assim. Estavam juntos Simão Pedro, Tomé e Natanael, assim como os
filhos de Zebedeu e mais dois dos Seus discípulos. Disse-lhes Simão: «Vou
pescar.» Eles responderam: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o
barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao surgir a manhã, Jesus apresentou-se
na praia, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes então Jesus:
«Rapazes, tendes algum peixe que se coma?» Responderam-Lhe: «Não.» Disse-lhes
Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.»
Lançaram-na, pois, e mal a podiam arrastar devido à grande quantidade de peixe.
[…] Logo que saltaram para terra, viram ali umas brasas com peixe em cima, e
pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» […] Disse-lhes
Jesus: «Vinde comer.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: «Quem
és Tu?», por saberem que era o Senhor. Então, Jesus aproximou-Se, tomou o pão e
deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus Se
manifestou aos Seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.” João
21, 1-6, 9-10, 12-14
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Igreja do Primado de S. Pedro, na Galileia. |