O estado de Israel, desde a sua
fundação, beneficiou da ajuda externa na construção das suas infraestruturas e
instituições. O Museu de Israel não é excepção. Além do próprio Departamento de
Antiguidades de Israel, foram inúmeras as fontes às quais o Museu de Israel
deve o seu acervo. Ofertas, empréstimos e aquisições espalhadas pelo mundo
inteiro fizeram com que este museu tenha uma colecção ecléctica e muito
interessante. Localizado fora do centro de Jerusalém, foi construído em 1965,
mas beneficiou de restauro recente.

A sua grande atracção é o chamado Santuário
do Livro, um edifício de arquitectura singular que contém os manuscritos do Mar
Morto, descobertos em Qumran, nas costas do Mar Morto, em 1947. Logo ao lado,
pode encontrar-se um modelo enorme da cidade de Jerusalém, que fascina qualquer
um que tenha percorrido as suas ruas de lés a lés a pé (como nós!). O Santuário
do Livro está bem organizado, tendo uma pequena exposição de objectos
pertencentes aos Essénios, a seita religiosa que vivia em Qunram. Na sala
principal, além de alguns fragmentos dos famosos manuscritos e de cópias de
outros, pode ver-se o Códice de Aleppo, uma das versões manuscritas mais
antigas da Bíblia. O edifício principal do museu tem dois andares.

O andar
superior concentra-se na arte contemporânea, fotografia e design, mas por
motivos de limitação de tempo, só visitamos o primeiro andar, que é dedicado à
Arqueologia e as colecções de arte. Estas últimas cobrem vastos períodos e
disciplinas artísticas e podem admirar-se, por exemplo, vários quadros de
Picasso e um de Van Gogh (mais um para a minha colecção!). Mas a maior secção
do museu é a de arqueologia, cujas peças provêm de escavações efectuadas pelo
país todo e que cobrem um vasto período da pré-história e história. Os
artefactos estão dispostos cronologicamente, sendo de realçar o período
israelita, que nos permite conhecer melhor a história deste povo e a sua relação
com esta terra tão disputada. Finalmente, podem ainda admirar-se peças
relativas a civilizações vizinhas do médio oriente, assim como de outros locais
longínquos e de civilizações distantes.

Por tudo isto, mesmo sendo
Jerusalém um museu ao ar livre, vale bem a pena visitar o que está encerrado
entre estas paredes.