Era Sexta-Feira, em pleno mês de
Ramadão. Resolvemos levantarmo-nos bastante cedo, apanhar um táxi para um
terminal de autocarros e esperar por um que fosse para Jerash. Jerash
encontra-se a 50 km a norte de Ama, e constitui uma das mais bem preservadas e originais
ruínas de cidades greco-romanas no Médio Oriente. No período helenístico,
Jerash (ou Gerasa, na altura) fazia parte da federação de cidades gregas
conhecida por Decapolis, que também englobava Philadelfia, a actual Ama. A
cidade atingiu o seu auge no século II, sob a égide do imperador Adriano. As
posteriores invasões árabes, sucessivos terramotos e, por fim, as investidas
dos Cruzados, levaram a sua destruição. No entanto, o reconhecimento da
importância histórica destas ruínas ainda no século XIX ajudou a que chegasse a
actualidade com um estado de preservação invejável.

Não tivemos de esperar muito pelo
autocarro e la fomos, na companhia de locais que também se levantaram cedo,
apesar das festividades durante a noite. Menos de uma hora depois, chegávamos
ao nosso destino. Entra-se no complexo pelo majestoso arco de Adriano,
construído para celebrar a visita do Imperador em 129. Logo ao lado, um
magnifico hipódromo, onde se davam as corridas de quadrigas e hoje,
esporadicamente, se encenam espectáculos que procuram reviver a época áurea
romana. Descobrimos também que a Jordânia e actualmente um destino super
popular em Portugal pois pudemos detectar a presença de muitos compatriotas
nossos (a Carla diz que e por causa de uma novela da TVI com filmagens em
Petra!). Acho que já vimos mais portugueses aqui do que em todas as nossas
viagens juntas!


Seguindo em frente, deparamos com
a praça Oval, um monumento único no mundo romano, com 160 colunas jónicas.
Partindo dessa praça, percorremos o Cardo Máximo, uma rua pavimentada com cerca
de 600 m, que estava alinhada com os principais edifícios da cidade. Pelo
caminho, pudemos observar as ruínas de igrejas do tempo bizantino. No final da
avenida, viramos a esquerda, subindo ao teatro sul e ao templo principal da
cidade, dedicado a deusa Artemis. No caminho de regresso, depois de observarmos
alguns mosaicos no chão das igrejas, e passarmos pelas ruínas da Agora,
dirigimo-nos ao teatro norte, onde um turista alemão entusiasmado declamou
Goethe e permitiu verificar as excelentes condições acústicas deste tipo de
construção!


Acabamos a nossa ronda ao lado do
templo de Zeus, fechado ao publico devido a restauro, comendo uns pêssegos
deliciosos! Ao todo, estivemos quase três horas no recinto, sob um sol abrasador
(apesar de ainda ser cedo!) mas valeu bem a pena... E um ponto alto da nossa
viagem! A saída, ainda tivemos tempo de tomar uma bebida fresca antes de
corrermos para apanhar um autocarro de volta a Ama.