Damasco disputa, juntamente com
Jerico e Biblos, o título de cidade continuadamente habitada mais antiga do
mundo. Apesar deste titulo ter alguma polémica, já que nas diferentes cidades
há evidencias de ocupação que remontam a cinco mil anos, Damasco e a capital
mais antiga do planeta e um importante ponto comercial, cultural e religioso.
Com uma população absoluta de cerca de 1 669 000 habitantes (2010), localiza-se
a 690 m de altitude, no sopé da cordilheira do Antilíbano e a 80 quilómetros do
Mar Mediterrâneo.
Em tempos, o rio Barada corria
pela cidade torneando a cidadela e criando um oásis. Hoje, o rio continua a
correr mas o seu cheio nauseabundo e a quantidade de resíduos que transporta
tornou-o um elemento esquecido.
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A arquitectura fabulosa da cidade
reflecte a sua historia. Capital do Califado Omiada atingiu a grande
prosperidade entre 661 e 750. Esquecida aquando a Dinastia Abassida que trocou
a capital por Badgad, foi revigorada no período Aiubida e Mameluco. No entanto,
durante o governo Otomano voltou a experimentar a decadência. Hoje, e um dos
centros mais importantes da cultura árabe e foi, inclusive, em 2008 Capital
Árabe da Cultura. Quem visita Damasco nunca poderá contornar o maravilhoso
Souq, a alma da cidade e que deve a sua diversidade e quantidade de mercadores
e comerciantes ao facto de ser uma das cidades da mítica Rota da Seda. Com
centenas de metros de ruelas estreitas e sinuosas, becos sem saída e casas
damascenas, o souq e uma tentação. Pode-se comprar de tudo (mesmo tudo) e
podemos simplesmente perdemos (não no sentido geográfico porque isso para um
geógrafo seria impossível @!) mas no sentido económico! A cidade antiga esta
dividida em vários bairros sendo que nos exploramos melhor o bairro muçulmano e
o bairro cristão.
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Embrenhamo-nos de tal forma na cultura muçulmana que
assistimos a varias manifestações culturais na mesquita Al-Husseiny. Um
contador de historias fazia as delicias dos seus ouvintes no átrio, um senhor
limpava candelabros e abrilhantava-os para as cerimonias da tarde, um conjunto
de mulheres orava e chorava em frente a um santuário. Foi uma experiência fantástica.
Talvez a melhor experiência que já tivemos nesta viagem do ponto de vista
cultural.

Mas, um ponto incontornável em
qualquer viagem a Damasco e a visita a Mesquita Omiada. Um dos monumentos mais
importantes de arte islâmica, data do século VIII e foi mandada construir pelo
califa al-Walid, sobre um santuário romano. As paredes estão cobertas de
mosaicos de origem bizantina com representações de paisagens naturais num fundo
dourado. Há quem atribua esta decoração a uma influencia ilusionista também existente
em Pompeia (Itália). Apesar da sua beleza actual, o local já deve ter sido um
dos pontos arquitectónicos mais fabulosos do mundo já que o que resta e o
resultado de vários incêndios e sismos que abalaram Damasco.

Quando entramos sentimos que
estamos num local extremamente importante para o Islão. Depois de Meca e
Medina, esta mesquita e o terceiro local sagrado do islamismo e isso sente-se.
Estamos rodeados de peregrinos muçulmanos que se fotografam continuamente. No
entanto, este local também tem um grande simbolismo para os cristãos. E num dos
seus minaretes que se diz que Cristo aparecera no Dia do Juízo Final. E foi a
sombra desse minarete que jantamos no terraço de um restaurante!