Em Hurghada descobrimos que NO
FERRY para Sharm El-Sheik!!! Sendo assim... BUS!
Depois de sair de Hurghada no
autocarro das 21.30 h a caminho do Suez, para seis horas de viagem, chegamos as
3.30 h da manhã e descobrimos que o próximo autocarro para Dahab só saia as 11 h.
Dormimos por ali mesmo tendo por companhia alguns muçulmanos perdidos e gatos.
Ainda tentamos às 6 h da manhã apanhar um táxi para Dahab mas depois de andar uma hora às voltas pelo Suez (que descobrimos ser provavelmente a cidade mais feia do
mundo e se parece com Berlim Leste do filme Goodbye Lenine) optamos por
continuar a espera na estação. O autocarro que teoricamente deveria demorar 5
horas do Suez ate Dahab demorou 8 horas. Assim sendo, quase 24 h depois desta
tenebrosa viagem chegamos ao paraíso.

Após percorrer o Egipto, de lés a
lés, durante um mês chegamos a Dahab. Esta pequena povoação, na costa do Mar
Vermelho, foi o culminar de uma aventura faraónica. Longe dos edifícios de
betão construídos em frente ao mar que tínhamos em Hurghada ou em Sharm
El-Sheik, Dahab cresceu harmoniosamente em torno de uma aldeia beduína. Os turistas
endinheirados não param por aqui, estão em Sharm nos resorts. Em Dahab estão os
viajantes independentes que, de algum forma, promoveram um turismo mais ou
menos sustentável.
Com esplanadas voltadas para o
mar com sofás e almofadões, descobri que a minha viagem poderia terminar aqui!
No entanto, só teríamos dois dias para Dahab, já que um dos dias previstos
tinha sido queimado com a viagem de autocarro. Só nos safamos a relaxar na
piscina do hotel que ao contrário do que se possa pensar era uma pechincha!
Num
dos dias optamos por fazer um tour aos canhões Branco e Colorido, no deserto do
Sinai. Nessa mesma noite subir ao Monte Sinai e de manhã visitar o Mosteiro de
Santa Catarina. Nesse mesmo dia fazer snorkeling no Blue Hole. Ou seja... não
respirar nem dormir durante dois dias... só pelo tubo!!! A subida ao Monte
Sinai e visita ao mosteiro, assim como a viagem aos canhões já tivemos
oportunidade de partilhar no blog. O mar Vermelho...

Meu Deus havia tanto para dizer
sobre o Mar Vermelho... Os recifes de coral são FABULOSOS! Nunca tinha visto
corais tão bonitos. Dos corais brancos mais comuns até aos coloridos azuis,
vermelhos, rosa ou amarelos; é um assombro para a visão. Os recifes de coral
estão muito bem preservados e os agentes que operam com actividades desportivas
sensibilizam as pessoas para a sua preservação. O Blue Hole, à semelhança dos
outros recifes de coral, são um assombro em termos biodiversidade marinha. Este
ecossistema é riquíssimo por antítese com o deserto da península.

No instante que entramos no Blue
Hole, um canhão submarino com 80 m de profundidade, ficamos sem palavras. Há centenas de peixes e até vi o NEMO (peixe palhaço)!!!! Os peixes são laranja,
azuis, amarelos, vermelhos...parece um arco-íris no fundo do mar. A coloração destes
animais enriquece este ecossistema e sentimo-nos transportados para um outro
mundo. Os cardumes perseguem-nos e quase se deixam tocar. Tiramos bastantes
fotografias debaixo de água mas com máquina analógica.
Só fizemos snorkeling... como será
mergulhar aqui? Quero voltar. Vou voltar a Dahab. Um dia (não muito longe) terei
que voltar aqui para fazer um curso de mergulho. Foi esta a minha grande
decisão desta viagem pelo Egipto. É para isso que serve viajar. É para sabermos
onde pertencemos, o que encaixa com a nossa personalidade e onde poderemos ser
mais felizes.
Para terminar, nenhum paraíso
seria perfeito se não tivesse um bom restaurante... Dahab tem óptimos
restaurantes de frente para o mar onde todas as noites jantávamos, bebíamos
sumos naturais e fumávamos sheesha (cachimbo de água com sabor a fruta típico
do Egipto).