Saímos de manhã bem cedo de Amman
rumo a mais um pais nesta nossa aventura pelo Médio Oriente. Esse pais, de seu
nome Israel, esta envolto em controvérsia desde a sua criação em 1948 ate a
actualidade. A entrada num pais envolto em polémica não poderia deixar de ser
polémica! Amman dista de Jerusalém 70 km, o que pressuponha uma viagem rápida.
No entanto, saímos de Amman as 6.30 h da manhã e chegamos a Jerusalém as 14 h.
Porquê? O que fizemos este tempo todo?

O autocarro que nos leva do lado
jordana só faz 40 km e deixa-nos no check-point da fronteira. Os guardas tentam
ser engraçados e gozam com três turistas japoneses que estão a nossa frente.
Demoramos ai um bom bocado. No final levam o nossos passaportes com eles e nos
temos que entrar num autocarro especial para fazer dois quilómetros na terra de
ninguém (por incrível que parece existe terra de ninguém num dos locais do
mundo onde mais se luta pela posse de terra). Uma vez na fronteira israelita
parece que estamos no check-in do aeroporto. Temos que entregar as nossas
mochilas para passarem num raio-x. São levadas para uma área separada.
Nos seguimos. Mais a frente fazem
a nossa identificação. Parece haver um problema com o meu passaporte. Em Siwa,
no Egipto, devido ao calor transpirei tanto que a minha fotografia ficou
descolorada assim como a assinatura. Ate aqui ainda não me tinham arranjado
problemas mas parece que vão começar aqui! O Rui pode passar mas eu não.
Chamaram um outro guarda e depois de me inspeccionarem ao pormenor tenho aval
para prosseguir um pouco mais. Não muito... porque vinte metros a frente fomos
sujeitos a um pequeno interrogatório. Parece que não passamos!
Tivemos que aguardar mais de uma
hora para uma menina (simpática de acordo com o Rui) interrogar o Rui numa área
restrita durante meia hora. O facto de termos o carimbo sírio no passaporte não
ajudou muito! Depois de vasculhar a nossa vida ao pormenor (inclusive saber
porque não tínhamos filhos ou se não tínhamos de estar na escola em Setembro?)
la nos deu o aval positivo para entrar em Israel.
Com o carimbo de entrada no
passaporte prosseguimos. Mais uma vez... não muito. Só há um autocarro para
Jerusalém e temos que esperar que estivesse cheio... uma hora mais! Nos 40 km que separam a fronteira
de Jerusalém senti-me desolada. Atravessamos a Cisjordânia (Palestina) porque
entramos pela fronteira palestiniana embora controlada pelas tropas israelitas.
A paisagem e desoladora. A terra por que todos lutam e desértica, estéril e
pedregosa. Os colonatos judeus sucedem-se com muros elevadíssimos. A população
palestiniana vive em barracas, não se vê um único tijolo nas construções. Estes
são os poucos sobreviventes nómadas que restam de um povo quase desaparecido.
Eram quase 14 h quando o autocarro
parou na Porta de Damasco, uma das entradas para a Velha Jerusalém. De mochila
as costas la encontramos o nosso hostel - Citadel Hostel - que será o nosso
quartel general para explorar a cidade e a zona envolvente os próximos dias.