
Do ponto de vista geomorfológico, Marrocos é um país bastante diversificado apresentando uma morfologia marcada pela existência de duas cordilheiras montanhosas recortadas por vales de fracturas e o deserto do Sahara.

Vários vales, especialmente talhados em rochas sedimentares, recortam as áreas montanhosas e concedem um aspecto impar à paisagem. As duas cordilheiras, o Rif, ao longo do litoral norte, e o Atlas, no centro, dividem o Marrocos oriental, mais plano, do Marrocos atlântico, mais montanhoso. O vale do rio Taza divide estas duas áreas. Os sistemas montanhosos marroquinos formaram-se por acção da tectónica que originou enrugamentos e o soerguimento desta cordilheira no terciário. A cordilheira do Atlas compõe-se de três cadeias paralelas: o Médio Atlas, a norte; o Alto Atlas, no centro; e o Anti-Atlas, a sul. As maiores altitudes encontram-se no Médio Atlas e o Alto Atlas, sendo o ponto mais elevado do país neste último, onde o Toubkal alcança 4167m.

Cordilheira do Atlas
A existência de uma tectónica bastante activa, aliada a uma vasta área calcária, permitiu que se tenha desenvolvido neste país grandes gargantas, canhões fluviocársicos e vales extremamente desenvolvidos. No Anti-Atlas, tivemos oportunidade de visitar dois desfiladeiros fabulosos: o Todra e o Dadés.
Desfiladeiro do Dadés
Se no vale do Todra a acção da tectónica é evidente, já que nos encontramos numa área onde predominam as rochas metamórficas, no vale do Dadés, essencialmente constituido por rochas vulcânicas paleozóicas e pré-câmbricas, é díficil perceber a génese do local, embora a tectónica tenha desempenhado um papel evidente.


Desfiladeiro do Todra
No vale de Dadés pudemos observar formações bastante curiosas nas rochas, que os locais designam por “dedos de macaco”, aparentemente talhadas em rochas vulcânicas.

Formação "Dedos de Macaco" no vale do Dadés