Outro ponto incontornável da cidade de Roma é o Pantheon. O único edifício perfeitamente conservado da época greco-romana, o
Pantheon de Agripa, foi construído como um templo dedicado a todos os deuses do panteão romano no século I a.C.. Viria a ser destruído por um incêndio devastador em 80 d.C. e voltaria a ser reconstruído no reinado do Imperador Adriano. Este, fortemente influenciado pelas suas viagens pela Grécia e pelo Oriente, cria um local dedicado a todos os deuses de forma a abarcar (e agradar) os novos povos sob dominação do Império Romano. No entanto, após o século VII, o edíficio viria a tornar-se num templo cristão dedicado a Santa Maria e Todos-os-Santos. Sobre o pórtico do edifício pode ler-se
M.AGRIPPA.L.F.COS.TERTIUM.FECIT (Construído por Marco Agripa, filho de Lúcio, pela terceira vez cônsul). Esta inscrição foi recolocada após a reconstrução efectuada no reinado do imperador Adriano.


O edifício circular tem um pórtico magnífico com três filas de colunas (8 colunas na fila frontal, 16 ao todo), sob um frontão. Mas, a sua beleza principal reside no interior (principalmente porque a entrada é gratuita - coisa rara por terras italianas!). O interior é abobadado e foi ornamentado no século XVIII com pinturas de Giovanni Panini.

A sua cúpula magnífica apresenta reentrâncias no interior, em direcção a um óculo central que se abre para o zénite. Estas reentrâncias permitiram diminuir a quantidade de betão que foi utilizado na estrutura, tornando-a mais leve. Do chão do Pantheon até ao óculo central da cúpula distam 43 metros - a mesma medida do raio do círculo da base - o que significa que o espaço da cúpula se inscreve no interior de um cubo imaginário.


O óculo central apresenta-se aberto e quando ocorre precipitação, a água entra no interior do edíficio. Um sistema de drenagem eficaz, com 22 furos espalhados pelo chão, permite escoar a água e que esta se infiltre no solo por baixo do edíficio. Um ligeiro basculamento na superfície permite à água escorrer no chão do Pantheon e desaparecer praticamente no mesmo instante que precipita.

Com a maior cúpula europeia até 1436 (até que Brunelleschi criou a cúpula de Florença) o seu passado cristão permitiu a sua preservação ao longo dos séculos, lamentando-se no entanto a perda das esculturas de mármore que adornavam o seu interior e grandes quantidades de bronze que foram fundidos para construir o Dosel (da autoria de Bernini) na Basílica de São Pedro. Conseguiram chegar, praticamente intactas, aos nossos dias as gigantescas portas de bronze.
Um pormenor interessantissímo e que não passa despercebido ao olhar atento do geógrafo é o "atolamento" que a cidade de Roma sofreu ao longo dos séculos. A base do Pantheon original apresenta-se muito mais abaixo do que o nível actual das ruas que circulam o edifício.

Hoje, o Pantheon é a morada de italianos ilustres, como os pintores Rafael e Annibale Caracci, o arquitecto Baldassare Peruzzi, além de dois reis de Itália: Vítor Emanuel II e Humberto I.
Para uma viagem virtual por este magnífico edifício visite o site:
http://www.arounder.eu/pantheon/pantheon.html