1ºDia:
Water Caves:
A
gruta da água é um dos locais mais emblemáticos das imediações de Yangshuo. A
entrada na gruta é feita por barco. Temos de nos baixar para conseguir passar
e "penetrar" nas entranhas da Terra! O barco encosta poucos metros à
frente e... agora temos que ir a pé, de lanterna na mão, percorrendo compridas
escadas de bambu, subindo trilhos e saltitando rios subterrâneos.
Um dos ex-libris da gruta da água
é o banho de lama. Uma piscina repleta de água enlameada faz as delícias dos
mais corajosos... No interior da gruta existem
algumas piscinas naturais com água quente proveniente de umas nascentes
termais. Mais uma vez... não consegui resistir! Depois do banho nas nascentes
quentes no interior da gruta regressamos ao nosso passeio.
Monte da Lua:
O monte da lua, Yueling Shan, é
um arco calcário mais emblemático desta região. Quando decidimos subi-lo
estávamos longe de imaginar que os seus degraus íngremes se prolongavam por...
meia hora! Foi esgotante porque estava muito calor e era hora de almoço. A
floresta de bambu permite alguma sombra durante a subida. Uma vez lá em cima, a
vista é deslumbrante!
De bicicleta em Yangshuo:
Do Monte da Lua regressamos a
Yangshuo e posteriormente ao Giglim Tree. Nas margens do rio Li as jangadas de
bambu são um encanto e toda a paisagem é avassaladora.
A povoação de Yangshuo começou
por ser o local onde terminava o cruzeiro do rio Li, mas depressa se tornou um
destino turístico autónomo. Está rodeada de majestosos picos cársicos e grutas,
e o centro da cidade transformou-se num aglomerado de lojas, restaurantes e
hotéis que tentam fazer face à crescente procura turística.
Passeio de balão:
Uma das formas mais maravilhosas
de contemplar a superfície da terra é do ar! E... assim foi! Resolvemos
terminar o dia com um passeio de balão sobre o carso chinês. E... palavras para
quê? As imagens falam por si.
2º Dia:
Passeio de bicicleta no rio
Yulong: No segundo dia em Yangshuo, decidimos alugar bicicletas e fazer um dos
trilhos mais bonitos do mundo, de acordo com o guia da Lonely Planet. Saímos do
Giglim Tree e acompanhamos o rio yungong, um afluente da margem direita do rio
Li.
As paisagens idílicas do rio Li
são mundialmente conhecidas, nomeadamente a área que circunda Guilin. Mas, a
povoação de Yangshuo, e o rio Yungong, menos procurados em termos turísticos
apresentam paisagens tão ou mais bonitas. Pináculos de calcário sucedem-se uns
aos outros rodeados de centenas de campos de arroz.
O cultivo do arroz processa-se em
várias etapas. As sementes são criadas em tabuleiros especiais e após 40 dias
são transportadas para os arrozais onde são plantadas. Este trabalho árduo é,
normalmente efectuado manualmente e os agricultores plantam os rebentos um a
um. Os campos permanecem alagados durante a fase de maturação do arroz e antes
da colheita são drenados. Só posteriormente, as plantas são cortadas. De
seguida, o arroz é estendido ao sol para secar, ficando apenas os grãos. No
final do processo há que escolher os grãos e estes são peneirados. O vento leva
a palha e os grãos secos separam-se das cascas.


O arroz é extremamente importante
na alimentação chinesa. Serve para fazer farinha que depois é utilizada nos
noodles, no vinho de arroz, etc. Mas, este cereal tem muitas mais aplicações.
Na dinastia Ming, uma argamassa feita de arroz glutinoso foi utilizada na
construção da grande muralha. As folhas e palha do arroz são transformadas em
pasta de papel e servem para a produção de papel branco, muito utilizado para
pinturas e papagaios. As próprias cascas de arroz são utilizadas como
fertilizante, material para embalar ou para alimentar os animais. Nas margens
do Yulong, os pescadores seguem o seu ritmo de vida diário. Lançam as redes,
pescam com corvos-marinhos e seguem a vida ao ritmo do sol.
Mas o rio não dá às populações
só o peixe. Muitos trabalhadores extraem algas para utilizar como fertilizante
agrícola ou para fazer frente às necessidades alimentares de uma população
crescente. As algas são muito comuns na gastronomia do sul da China.
O nosso percurso de bicicleta foi
fantástico. Pudemos ver uma China rural, que até aqui ainda não tínhamos tido
oportunidade de conhecer. Pedalamos entre campos de arroz, atravessamos riachos
e pontes, caminhamos com a bicicleta pela mão em trilhos praticamente intransponíveis.
Duas horas depois de nos termos
lançado à estrada alcançávamos a ponte do dragão, um exemplar da arquitectura
medieval, próximo da povoação de Baisha. Foi neste local paradisíaco que
paramos para almoçar e eu aproveitei para dar um mergulho e nadar. A
temperatura deve rondar os 40ºC e a humidade é muito elevada. O ar está sempre
"pesado" e o calor é difícil de suportar. Um mergulho num local como
este é uma dádiva dos deuses.Depois do almoço pegamos na bicicleta e
atravessamos para a margem direita do rio. Desta vez, descemos o rio em
direcção a Yangshuo.
Mas, eis que a estrada acaba!
Temos que pagar a um pescador para nos atravessar na sua jangada de bambu para
a outra margem. Daí, regressamos ao hostel. Ao fim do dia regressamos à
cidade de Yangshuo. De mochilas às costas dirigimo-nos à estação de autocarros.
Deixamos tudo guardado e fomos explorar a povoação.
Começamos pelo mercado local onde
se vende de tudo um pouco. No entanto, apesar de surpreendidos pelos sapos,
cobras e insectos expostos, foram os cães que mais me chocaram.
Os chineses do sul do país
incluem na sua gastronomia carne de cão e no mercado expõem-se pedaços deste
animal (já cozinhado) para venda. Dentro de jaulas estão dezenas de cães presos
à espera da sua vez para serem mortos e entrarem no forno. É horrível. Eu
percebo que os chineses tivessem necessidade de alimentar uma população enorme durante períodos de fome extrema.
Compreendo que tenham inserido na sua dieta vários animais e todas as partes
dos animais, mas o cão...
Depois da visita ao mercado
deambulamos pelas ruas, na margem do rio Li, assistimos ao pôr-do-sol, jantamos
com pauzinhos e apanhamos o autocarro em direcção a Shenghen, onde atravessamos
a fronteira para Hong Kong.