A Reserva Nacional de Paracas corresponde a uma área
protegida de águas marinhas e de deserto. Compreende uma serie de ilhas, a península
de Paracas é uma área do deserto mais árido do Peru. A aridez deste local
deve-se à corrente fria de Humbolt que desce em latitude, do polo em direcção
ao Equador. A baixa temperatura das suas águas dificulta a evaporação e cria o
deserto de Atacama que se estende pelo Chile e pelo Peru. Esta área da costa
peruana é extremamente rica em fitoplanton, nomeadamente anchovas, que servem
de base a alimentação de leões-marinhos e pelicanos. Do ponto de vista geológico,
abundam as rochas sedimentares, fundamentalmente os calcários. Isto torna a
linha de costa da Reserva de Paracas muito semelhante com o "nosso"
Algarve. A costa alta e escarpada mergulha num mar azul celeste.


Até Agosto de
2007, também aqui existiu um arco calcário, mas o sismo dessa data foi responsável
pelo seu desmoronamento. Ainda são bem visíveis, na área, as fracturas e falhas
na rocha resultantes dos abalos sentidos. Ao que parece, o sismo ocorreu faz
hoje precisamente um ano. Foi a 15 de Agosto de 2007 que um sismo de magnitude
7.9 da escala de Richter, com epicentro a oeste de Pisco, fez cerca de 500
mortos. O abalo com cerca de 3 minutos desmoronou uma igreja de Pisco e toda a população
que se encontrava no seu interior sucumbiu. A zona mais atingida foi a cidade
de Pisco que agora deixou de receber os visitantes. As estruturas hoteleiras da
cidade ficaram destruídas e os turistas agora vêm para Paracas. Esta área, a 15
km a sul de Pisco, esta assente numa estrutura arenosa daí que o sismo pouco ou
nada se tenha feito sentir. Foi isso também que nós fizemos. Alojam-nos em
Paracas, no porto piscatório, num hotel chamado El Amigo. Muito decente e
acolhedor, o septuagenário que nos recebeu foi incansável para que nos sentíssemos
em casa. A vila de Paracas é muito agradável e... em que outro local do mundo
podemos passear na praia no meio de pelicanos?


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