Chegamos hoje de uma visita de
dois dias ao lago Titicaca. Ao meio-dia de ontem atracamos no norte da ilha de
Taquille. A ilha impressiona logo pelo facto de a quase totalidade da sua área
estar em socalcos, uma vez que existem desníveis consideráveis apesar de só ter
um comprimento máximo de 5 km. Estes socalcos são pré-incas e as gentes locais
vão utilizando alguns deles para a agricultura. Fizemos um percurso a pé até ao
centro do "pueblo".

De 25 de Julho a 5 de Agosto,
decorrem aqui as festas de São Tiago (o mesmo de Santiago de Compostela!), com
danças típicas na plaza e uma ingestão considerável de álcool!
Resolvemos passar aqui uma noite, na casa de uma família local. Já estive em
quartos (muito) piores e a pagar muito mais! Depois de termos subido ao ponto
mais alto da ilha, onde se encontram ruínas de um templo a
"Pachamama", a mãe-terra, fomos ver o pôr-do-sol. ESPECTACULAR! As
cores do céu, a serenidade das águas, a sensação de estar num mundo à parte...
Inesquecível! Definitivamente, um ponto alto da nossa viagem!


Iluminado a luz de vela, e
coberto de um céu repleto de estrelas (para além de um tecto forrado a
sarapilheira) onde a Via Láctea se impunha, o nosso quarto já tinha o seu
encanto. A seguir fomos jantar. Infelizmente, ao contrário do que esperávamos,
não o fizemos na companhia dos nossos anfitriões. Ainda assim, soube-nos bem a
comida por eles preparada, apesar da sua simplicidade. As oito e meia já estávamos
na cama pois aqui vive-se ao ritmo do rei-sol!
Aos primeiros vislumbres da claridade
da manhã já estávamos acordados e, deitados nas nossas camas, contemplamos o
nascer do sol por trás da cordilheira real boliviana. Depois de um pequeno almoço,
com uma vista espectacular para o lago e um sol quentinho, iniciamos um
percurso rumo à praia da ilha. Após uma hora ao longo da costa, chegamos ao
nosso destino.
LINDO! A areia branca contrastava
com a água azulíssima do lago e o azul celeste, e no horizonte as montanhas
cumeadas de neve formavam um quadro perfeito. Infelizmente, não pudemos ficar
muito tempo pois tínhamos barco de volta ao meio-dia num porto que dista 545
degraus da entrada da aldeia!
Quando do barco olhamos para a
Taquille cada vez mais distante, sabíamos que nunca mais a íamos esquecer!