A viagem de Cusco para Nazca foi um terror. Apanhamos um bus
da Palomino que quebrou a duas horas de Nazca. Tínhamos saído de Cusco às 8am e
às 8pm o bus avariou. O motorista e toda a gente preparava-se para dormir ali,
a 3500m de altitude! Passei-me... Parou-me o relógio, confesso! Vi um jipe da
polícia um pouco à frente e pedi ao motorista para sair do bus. Falei com a polícia,
disse-lhe que precisávamos de chegar essa noite a Nazca porque tínhamos um voo
marcado. A polícia tratou de tudo. Mandou parar vários buses e quando arranjou
lugar num mandou-nos passar para lá. Uff! Respiramos nós de alívio. O bus (de
substituição) largou-nos na perigosa Panamericana às duas da madrugada.
Sozinhos, arranjamos um táxi (felizmente seguro) que nos levou ao Hostel
Bravant. Deitamo-nos às 3am e levantamo-nos às 6am.

Não tínhamos conseguido marcar os voos de Nazca por isso
fomos para o aeródromo tentar... Estivemos lá até às 12.30h mas conseguimos
voar. Pagamos 100USD por pessoa mas vimos as linhas de Nazca do céu! Quer
dizer... eu não as vi muito bem porque a certa altura já estava tão agoniada
que não via nada. O piloto girava de um lado para o outro e falava, falava sem
parar! O pior era quando tirava as mãos do comando para apontar para as
figuras! Era o delírio no campo adversário. Quase morri de susto. Estava sempre
a ver quando a avioneta se despenhava no chão! Felizmente correu tudo bem e
aterramos sãos e salvos.

As figuras de Nazca são realmente impressionantes. São
gigantescas e perfeitas. Como conseguiram construi-las com aquela perfeição? E
como se mantêm preservadas durante tanto tempo? E incrível! Realmente sem serem
vistas do céu é impossível ter uma noção do que a civilização de Nazca
construiu. Serão constelações como pensava Maria Reiche? Serão uma forma de
contactar com civilizações alienígenas? O que são não sabemos e talvez nunca
viremos a saber. Mas, são claramente algo muito mais "desenvolvido"
do que alguma vez ousamos pensar!
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